quarta-feira, 31 de outubro de 2012

DC e Os Novos 52 - Por que rebootar? Descubra hoje com Spoilers


Há aproximadamente 1 ano e meio foi anunciado um reboot na DC Comics logo após a saga Flashpoint (Ponto de Ignição no BR), que anunciava mudar totalmente o universo DC conhecido (assim como todas, mas essa chegou perto).
 Vem comigo que eu te conto.

 Eu sei que você imaginou uma foto do Clodovil, mas como eu não tenho nenhuma próxima e sei que todo mundo que lê isso atualmente é homem, vamos com uma dose de lesbianismo.

Como eu ia dizendo... A saga Flashpoint foi bem necessária pro recomeço da DC, essa volta às origens e não tem como falar o porque de uma sem explicar a outra.
Todo mundo conhece o segundo Flash, Barry Allen (se você não conhece, procure ler) que muitas vezes é erroneamente considerado o primeiro (pobre Joel Ciclone esquecido no tempo).
Em Flashpoint, Barry acorda no meio de seu trabalho na Polícia Científica de Central City, um dia normal na vida dele. Até o fato da mãe dele ir buscá-lo no serviço. Barry é órfão e sabe disso, então como? Barry tenta correr com sua super-velocidade, mas tropeça porque agora ele é normal.
Por que?
Resposta básica para todas as perguntas óbvias do universo heróico.
Deu merda.
O rapaz sorridente acima, é o Professor Zoom, Flash Reverso, filhodaputa de amarelo ou algo mais que você quiser chamar.
Ele é como o Flash, só que melhor, ele consegue reverter o envelhecimento dele e ainda viajar no tempo sem problemas e foi EXATAMENTE isso que aconteceu.
A grande diferença é que em Flashpoint ele não fez nada.
Se ele fizesse acabaria deixando de existir, então ele teve que deixar acontecer naturalmente.
O nível de merda que saiu naturalmente, sem nem precisar de Activia, foi fenomenal, reformulando totalmente o Universo DC.

Leitor pensativo:
-Isso já é o reboot?

Resposta:

Ainda não, mas estamos quase lá.

Em Flashpoint a merda fica tão frenética que o mundo conhecido vira um campo de batalha da guerra de duas nações até então desconhecidas.
Os Atlantes e as Amazonas.

Sim, esse é o Aquaman lutando com a Mulher-Maravilha
Metade da Europa afunda no oceano nesse conflito (e você ainda acha que o Aquaman é um bundão inútil), enquanto as Amazonas tomam conta do Reino Unido, transformando em sua nova ilha paraíso.

Leitor sagaz:

- Tá ruim? Chama o Batman.

Resposta:

Não é tão fácil.


Sim, o Batman existe, mas não é aquele que você está pensando.
Em Flashpoint não são o Sr. e a Sra. Wayne quem recebem dois pipocos no peito, mas sim o pequeno Bruce.
Isso leva os pais aos extremos da loucura.
o Thomas. Wayne acaba se tornando um vigilante que não se importa em quebrar pessoas, permanentemente, um Batman sexagenário com muito ódio no coração.
E a sra. Wayne...
Bom, longa história de conflito e eu já contei Spoiler o suficiente pra explodir sua mente.
Acontece que no final de Flashpoint, Barry recupera seus poderes(na cadeira elétrica) e recebe uma ajuda a mais da Força da Velocidade (com uma ajuda de Bart, o Kid Flash).
Barry viaja no tempo e descobre que foi ele mesmo quem fez merda, tentando voltar no tempo e impedir o assassinato de sua mãe e o fato de seu pai ser incriminado por um crime que não cometeu.
Tudo que Barry tem que fazer é parar um eu alternativo do passado dele.
Mas você sabe o que acontece quando você mexe em tempo e espaço.

Leitor:

- Então depois de uns 70 anos eles mudam os uniformes dos personagens, e daí?

Acontece que não foi uma simples mudança de uniforme e o fim das cuecas por cima das calças e também não foi um reboot completo começando do zero.
Quando ocorre esse reboot, o universo DC já existe há uns 5 anos, logo, você não terá origens recontadas.
Outro elemento interessante foi o fato de não terem anulado partes de sagas anteriores.
Damian Wayne continua sendo o Robin, Asa Noturna continua sendo ele mesmo e o Capuz Vermelho continua tendo sido assassinado pelo Coringa e voltado à vida. O que mudou é que Tim Drake nunca foi Robin, já pulou direto pra Robin Vermelho.

Em Lanterna Verde nós ainda encontramos Kyle Rayner, como um Lanterna Verde, mesmo Hal estando vivo de novo e aparentemente Coast City nunca tendo sido destruída. Além disso encontramos as várias tropas de Lanternas que estiveram presentes principalmente nos eventos de A Noite Mais Densa.
Outra coisa interessante é Sinestro que volta a ser um Lanterna Verde, mesmo que ainda existam os Sinestro Corps, os Lanternas Amarelos.

Na série Teen Titans podemos dizer que houve um reboot completo, pois além da formação diferente, com personagens criados somente para o reboot, nos deparamos com algo que gerou uma errata da própria DC. No começo Red Robin dizia que houve ao menos um outro grupo de Titãs, mas a menos que ele esteja falando da banda, no novo universo DC eles são a primeira equipe a ter esse nome.


Leitor:

Tudo bem, eles mudaram a porra toda. Mas pra que?


Caro leitor, tudo começou com a queda dos quadrinhos nos anos 90, onde tiveram que se reinventar, foi aí que começaram com os infinitos blockbusters (só falando dos quadrinhos, em breve farei um post sobre os filmes), que a Marvel por sinal tem gosto em fazer uma atrás do outro.
Apesar do público dos quadrinhos geralmente ser aquele pessoal que logo que aprende a ler pega um gibi em mãos e carregar isso pro resto da vida, eventualmente esse pessoal morre, ou no melhor dos casos se desinteressa, o que é ruim pras editoras, então para não ficar na mesmice, eles acabam tendo que fazer coisas chocantes all the time.

Não Vergil. Eu não estou falando de você.
Os quadrinhos sempre precisam  juntar público novo, assim como seriados ou qualquer outra mídia. O grande problema é quando você faz coisas demais. Mudanças demais.
É mais ou menos como abrir 20 janelas no Internet Explorer num 486. Se é que abre isso tudo, vai abrir travando MUITO.
Fica muito pesado, você perde continuidade e admita, você não vai caçar uma Detective Comics lá de 1960.
Então é nesses momentos que você aperta o reset e começa tudo de novo.
A DC fez mais ou menos isso, mudando visual, conservando as partes realmente ÉPICAS da história (se alguém mudasse A Piada Mortal merecia uma surra de PÊNIS) e mudando coisa ou outra pros novos tempos. Assim aumentando as vendas (DC liderando no mercado. Alguém avisa a Marvel que blockbuster demais enjoa) e conquistando novos leitores que se consideram começando do zero.
O mais interessante é que essa adaptação pros novos tempos realmente pretende conquistar todo tipo de leitor, por mais polêmico que isso seja.
Antes do reboot já tinhamos Oliver Queen prefeito de Star City fazendo casamentos gays devido à legislação local e também o casal que vocês viram acima, Batwoman e a Questão.
Mas não para por aí.
No próprio grupo dos Novos Titãs encontramos um personagem assumido e feliz com seu modo de vida, o Bunker.


A existência de Bunker nem causou tanta polêmica assim. O que deixou muita gente puta da vida foi uma mudança num personagem muito antigo...

Alan Scott, o primeiro Lanterna Verde.
Muita gente considerou isso desnecessário, principalmente levando em consideração uma outra personagem da DC, pré-reboot, Jade, a filha de Alan que tinha poderes de Lanterna mesmo sem ser uma, já que o pai usou o anel por muito tempo.
Segundo o próprio roteirista, James Robinson, as piores críticas às histórias dele vieram do próprio BRASIL, que ainda tem a fama de ser um país pacífico e que aceita todo tipo de pessoa.
Eu me envergonho de um país tendo uma cartilha do politicamente correto dizendo como se portar em sociedade porque o povo além de tudo é burro de dizer que é tudo igual mas ainda se diferenciar entre si de realmente esse povo burro precisar da maldita cartilha porque são uns animais que não sabem viver numa sociedade mista. Aliás, nem animais, porque homossexualismo existe inclusive em espécies animais e eles ainda vivem bem na sociedade deles.
Você não quer ler sobre um herói que é gay na vida pessoal dele mas salva o mundo quando vem um alien de uma galáxia distante te colocar uma sonda anal, então não compra a revista dele.
Vá ler Turma da Mônica que ainda é bom e eu leio desde criança. Só não leia Turma da Mônica Jovem porque o Cebolinha casa com a Mônica e provavelmente rola um sexo e você não tem mentalidade pra pensar sobre isso.

Pronto, desabafei.

Retomando o pensamento...

Acho que não era bem esse pensamento...
A DC conseguiu usar até essa polêmica como uma propaganda. Mas a maior vitória dela foi conseguir recriar um universo todo sem descaracterizar o conceito básico ou acabar na mesmice de recontar 20 vezes a mesma origem de um personagem.

As histórias d'Os Novos 52 já estão sendo publicadas no Brasil pela editora Panini que assumiu tanto a DC quanto a Marvel no começo dos anos 2000, quem tiver interessado se jogue na banca de jornal mais próxima (Atualmente estão vendendo a edição 5 da maioria dessas revistas, mas você pode pedir números anteriores para o seu jornaleiro de confiança ou no site da própria Panini. Ou você pode simplesmente tacar o foda-se e quebrar a lei, mas se a PF bater na sua porta, você não me conhece.)


Encerro esse post do amor com ~~~~amor



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